Thursday, October 05, 2006

Como pode?

Como nosso blog não é só de Política, insere-se aqui um comentário, uma reflexão irônica sobre o polêmico jornalista norte-americano no acidente do vôo da Gol 1907.

Penso que não preciso descrever nada sobre o assunto, jornalisticamente falando, pois minha amigona de nome Grande e sobrenome Imprensa (coloque o que quiser no meio desses dois nomes) já desempenhou esse papel. A tragédia tonou-se assunto em noticiários, rodas de amigos e comunicades virtuais.
E é me utilizando de um veículo dessa amiga minha que estou escrevendo agora. Joe Sharkey, o jornalista que estava dentro do avião Legacy, um dos sete sobreviventes do acidente entre o seu avião e o da Gol, já se expôs (até demais) à mídia.

Na entrevista do jornal Correio Brasiliense feita por telefone com Sharkey, alguns pontos ficaram imcompreendidos. Deixo-os agora com vocês. Boa análise.

***

Quando se perguntou se, no momento do choque ele pôde ver alguma coisa, Joe falou que apenas ouviu um barulho...

Foi isso. "Bang!"

...Um "bang"? A asa esquerda do avião é quebrada e ele ouviu um onomatopéico "bang"? Ao menos, um "big bang", não?!

Logo antes disso, ainda na mesma resposta, ele diz...

A sensção era como de duas coisas muito rápidas se chocassem.

Esse comentário parece aceitácel, mas ele se contradiz mais no final da entrevista. O repórter pede que ele fale do ódio que alguns brasileiros expressara decido à preocupação de Joe exclusivamente com o destino da tripulação do Legacy. Então ele coloca, inacreditavelmente...

Não tínhamos idéia de que havíamos batido num avião comercial. IMAGINAMOS que TALVEZ uma aeronave tivesse explodido a cinco milhas de distância, e os escombros houvessem nos atingido.


Sem idéias não é? Realmente o senhor deve ser um cara muito pouco criativo. O aeronave explodiu sim, mas depois de vocês passarem logo abaixo dela. Cinco milhas de distância? Nada... Acho que se arriscasse 1m ainda era muito.

***

1 comment:

Anonymous said...

...
Norte-americano é norte-americano. Até que foi muito ele ter imaginado alguma coisa: afinal, pra mim, americano nem pensava, quanto mais imaginava.

Enfim, me perguntei bastante por que esse acidente foi muito mais chocante pra mim do que o 11 de setembro. Daí a idéia de que huve unma diferença básica: esse foi por pouco. O atentado das torres gêmeas foi bem longe, espacialmente e em termos de minha realidade. Nwsse de 31/09, foi por pouco.

Sabe o Ramalho? Um cara que era da nossa série, se formou com a gente, sabe? Pois é. O pai dele tava lá. Aliás, o pai dele e o pai, a mãe, o~irmão e o cunhado de uma amiga de uma amiga minha. Poutz. E se fosse eu, voltando de uma pescaria pra Brasília?

Se por um lado eu percebi meu egocentrismo burguês de só me preocupar com aquilo do meu interesse, por outro senti um calafrio de pensar que poderia ser.. um parente, sei lá.

Mas no final do dia, me senti feliz. Afinal, pra variar, arrumei um (norte)-americano pra culpar.